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SALVADOR, 31 DE OUTUBRO DE 2025
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Flamengo de Guanambi X Fluminense de Feira

‘Fla-Flu do Sertão’ reedita famoso clássico carioca na segunda divisão do baiano


“O Fla-Flu se originou quarenta minutos antes do nada”. Com essa frase, o escritor e jornalista Nelson Rodrigues explicitou liricamente a grande rivalidade que existe entre Flamengo e Fluminense dentro e fora das quatro linhas. Esse embate, não somente esportivo como também filosófico, hoje se estende por todo o país nas mais variadas encarnações futebolísticas. Dessa maneira, pode-se dizer que a rivalidade entre Flamengo de Guanambi e Fluminense de Feira, o Fla-Flu do Sertão, que acontece nesta quarta-feira (23), às 20h30, pela segunda divisão do Baiano, se originou 102 anos antes do primeiro jogo entre as duas equipes baianas e já pode ser considerado um novo clássico no futebol local.Ambos têm 10 pontos na classificação geral e figuram na parte de cima da tabela do Segundona. Um triunfo de qualquer um dos lados pode levar a liderança do torneio,  no jogo que será disputado no estádio Joia da Princesa, em partida antecipada da sétima rodada do certame estadual. Jogando em casa, o Touro do Sertão se recuperou de um início irregular e com a vitória de 1 a 0 sobre o Leônico na última rodada, encostou no líder Colo-Colo. Ao contrário do adversário, o Beija-Flor de Guanambi teve uma estreia promissora na segundona baiana e segurou a liderança por quase todas as cinco rodadas já realizadas. Entretanto, a derrota para o Jacobina por 3 a 0 não só tirou a invencibilidade do Mengo baiano como também ligou o sinal de alerta para o restante do torneio.


Flu de Feira quer voltar a elite estadual
Foto: Reprodução

Fundado em 1941 por torcedores tricolores residentes em Feira de Santana, o Fluminense iniciou suas atividades em torneios amadores da cidade, até ser convidado como primeiro representante de fora da capital no certame estadual. Com o tempo, tornou-se o clube mais vitorioso do interior da Bahia, colecionando façanhas como os dois títulos baianos (1963 e 1969), os seis vice-campeonatos estaduais e as históricas campanhas no brasileiro da teceira divisão de 1992 e no Nordestão de 2003, onde acabou terminando em segundo lugar nas duas ocasiões. Além disso, é a terceira equipe baiana que mais participou de torneios nacionais, ficando apenas atrás da dupla Ba-Vi em numero de aparições e criando uma identidade própria com a sua cidade. Emergente no cenário profissional, o Flamengo de Guanambi seguiu um caminho inverso ao Touro do Sertão na sua origem. Criado em 2009, o clube do Centro-Sul já nasceu para se tornar profissional e somente mais tarde agregou os torcedores do rubro-negro carioca que vivem na região. Outrora torcedor do Botafogo, o presidente Washington Lucas reconhece a força do nome de sua equipe, mas ainda não sente o confronto como um derbi local. “É um jogo importante que vale a liderança do campeonato, o Fluminense joga em casa e é um grande clube, mas não existe rivalidade” afirmou. Em discurso parecido, o mandatário tricolor Hércules Oliveira repetiu o mesmo discurso do adversário e aproveita o momento para pregar o clima de paz no Joia da Princesa “Não tivemos conflitos por aqui esse ano e pedimos para que as torcidas venham em clima de paz nos estádios” reiterou.


Flamengo de Guanambi na disputa da segunda divisão estadual
Foto: Reprodução

Mesmo este sendo o primeiro Fla-Flu entre as duas equipes, não é a primeira vez que o Clássico das Multidões, genérico ou não, acontece em solo baiano. Em janeiro de 1949, os dois clubes cariocas realizaram um amistoso no extinto Estádio da Graça, em Salvador, onde o rubro-negro carioca goleou o esquadrão pó de arroz por 5 a 0 no único confronto entre os dois no estado. Anos depois, em 1957, se iniciou uma série de confrontos entre o Flamengo original e o Fluminense de Feira de Santana, com extensa série de vitórias do clube da Gávea sobre o Touro do Sertão. Foram oito jogos realizados dos anos 50 até os anos 80, com sete vitórias do Urubu e apenas um empate. Entre elas, uma partida válida pelo Brasileirão de 77, onde o Mengo não tomou conhecimento dos feirenses e aplicou o resultado de 6 a 0 em pleno Estádio Joia da Princesa. O que poucos se recordam é que, em 1967, tivemos o primeiro Fla-Flu genuinamente baiano. A entrada do Flamengo de Ilhéus ao profissionalismo, junto com seus rivais Colo-Colo e Vitória Esporte Clube, fez com que se realizassem dois confrontos no estadual daquele ano. No primeiro embate, o Touro do Sertão venceu com folgas por 5 a 0 no Joia da Princesa. Já em solo ilheense, um empate sem gols manteve a vantagem tricolor sobre o estreante rubro-negro, que anos depois se licenciou. Vale lembrar que além do Touro do Sertão, a Bahia também teve outros clubes com a mesma alcunha. No ínicio do século XX, o Fluminense Futebol Clube era uma das grandes forças do futebol soteropolitano, conseguindo os titulos estaduais de 1913 e 1915, além dos vice campeonatos de 14, 16, 17, 19, 20 e 30. Já em 91, a recém-profissionalizada equipe do Fluminense de Camaçari sagrou-se campeã da segunda divisão baiana, mas subiu para elite com o novo nome de Camaçari Futebol Clube.


Em 1967, Flu de Feira e Flamengo de Ilhéus fizeram o
primeiro "Fla-Flu" baiano Foto: Arquivo/ Blog por Simas

Clubes populares em todo o país, não é só na Bahia que Flamengo e Fluminense tem agremiações claramente inspiradas nos “primos” cariocas. O Flamengo, por exemplo, teve como um dos primeiros times criados em sua homenagem o recifense Sport Club Flamengo, que mesmo sendo alvinegro foi nomeado pela simpatia que já existia pela equipe da Gávea. Campeão em 1915, o outrora Quartel de Chuteiras hoje é um clube amador, mas tem como “herdeiro” no certame estadual o Flamengo de Arcoverde, que atualmente disputa a segundona de Pernambuco e leva as cores vermelha e preta.  Outra versão que surgiu da alcunha rubro-negra foi o tricolor Flamengo de Caxias do Sul, que foi originado da fusão de dois clubes da cidade para enfrentar o Juventude. Após outra fusão mal sucedida com o rival, a equipe voltou a se tornar um time próprio e acabou se transformando na hoje tradicional Sociedade Esportiva Caxias.


Flamengo de Recife, em 1926
Foto: Arquivo/ Blog Museu Virtual do Futebol

Dentre os “genéricos”, o mais vitorioso é o Esporte Clube Flamengo do Piauí. Sediado em Teresina, a Raposa é um dos maiores clubes do seu estado com 16 títulos regionais e diversas participações na Copa do Brasil e Brasileirão. Com uma grande rivalidade com outro expressivo clube da cidade, proporciona nos últimos 60 anos com o Ríver o tradicional clássico “Rivengo” no Estádio Albertão. Popular também em Rondônia, o Flamengo de Porto Velho era o maior vencedor no período do amadorismo, mas acabou perdendo força com a profissionalização e hoje se encontra licenciado, assim como o Flamengo de Varginha (MG). Ainda em atividade se encontram o Esporte Clube Flamengo de Guarulhos (SP), os gaúchos do Flamengo de Alegrete e o Flamengo Paraibano, da cidade de João Pessoa.  

O Fluminense também tem versões inspiradas pelo clube por todo o Brasil. Em muitos casos, a homenagem não leva o nome da equipe, mas conserva o uniforme e o estilo do escudo. Esse é o exemplo do Independência do Acre, do Atlético Roraima e do Baraúnas-RN. Entretanto, mesmo com o seu nome se referindo a “algo ou alguém relacionado ao estado do Rio de Janeiro”, o Fluminense dá nome a outros clubes em várias partes do país, sendo o mais popular e vitorioso o time de Feira de Santana. Além do Flu de Feira, outro homônimo de destaque é o Fluminense do Piauí, que apesar de não disputar campeonatos profissionais nos últimos anos, mantinha até o início da década passada bastante regularidade nas categorias de base do estado, conseguindo participações recentes na Copa São Paulo de Futebol Júnior. Já na cidade mineira de Araguari, o Fluminense Futebol Clube, popularmente conhecido como o Tricolor do Bosque, segue no profissionalismo e espera levar a cidade novamente para a elite estadual.  


Fluminense do Piauí na Copa São Paulo de Futebol Júnior
Foto: Tribuna de Barras



Fonte:Bahia Notícias



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